No último fim de semana suíços votaram contra a proposta que daria à todos os cidadãos do país um salário de R$ 9.000,00 para maiores de 18 anos, e para menores, cerca de R$ 2.330,00.
Alguns brasileiros não entenderam o motivo dos próprios suiços negarem para si uma benesse como essa. Mas na verdade o que os brasileiros não entendem é que o suiço sabe bem que não existe almoço grátis, que qualquer proposta de subsidio do Estado aos cidadãos levará a um aumento de impostos, um aumento da máquina pública e, consequentemente, um aumento da inflação e redução das liberdades individuais e a propriedade privada. É só olharmos para o próprio Brasil.
Mas o principal vetor responsável por essa proposta ser negada é político-ideológico: o pensamento do suíço, no tocante às questões financeiras, é estritamente liberal. E isso é aprendido no seio familiar e na escola desde a educação primária. Ou seja, o principal vetor é cultural.
No comentário de hoje (06/06), Arnaldo Jabor disse que o problema do Brasil não era político ou ideológico, mas sim contábil, e que deveríamos confiar em Temer e na equipe econômica que ele criou para tentar tirar o Brasil desse rombo financeiro.
Arnaldo Jabor não entende que o prolema do Brasil é sim político-ideológico, mais precisamente cultural. O rombo contábil é apenas o resultado de uma cultura intervencionista e keynesiana, uma cultura acostumada aos altos impostos, aos subsídios do governo, à política de compadre, ao toma lá da cá. O problema do Brasil é sim cultural, pois há 3 eleições seguidas que elegemos governos populistas, há 13 anos que somos governados pelo o neossocialismo, chamado de bolivarianismo, que ele mesmo já criticou algumas vezes; e que cada mandato nos tornamos um povo ainda mais intervencionista e keynesiano.
Uma equipe ecônomica é necessário para tirar o país do rombo contábil? De fato. Mas um povo culturalmente instruído a defender os ideias de liberdade, empreendedorismo, justiça, solidariedade e família será o único vetor possível para tirarmos o Brasil da crise que passa e construirmos uma nação sólida e forte contra regimes e partidos totalitários e populistas.
Publicado originalmente em: http://jaufransiqueira.com/o-que-arnaldo-jabor-nao-entende/