Não é segredo para ninguém a alternância de poder entre o PT e o PSDB capitaneada pelo PMDB que vez por outra assume o governo, sempre de forma indireta.
Nos últimos 13 anos essa alternância, alias, a falta dela deixou um dos lados um pouco irritado, porém nada vez para resolver o problema, como em 2005 quando o PSDB tinha a faca e o queijo na mão para pedir o impeachment do Lula e preferiu vê-lo “sangrar”. Ou até mesmo agora no atual impeachment da presidente da República, onde Aécio Neves postergou tanto a decisão de apoiar o impeachment publicamente que acabou sendo taxado de covarde e expulso das manifestações aos berros e chutes. Que falta faz Carlos Lacerda…
Contudo nesses 13 anos um partido muito se beneficiou além do PT: o PMDB. Sim, meus amigos, o “Partido do Brasil”, presente nos principais fatos históricos dos útlimos 40 anos, foi o principal beneficiário dos governos petistas. Não por menos: tinha mais senadores, mais deputados, mais governadores… não se “governa este país sem o PMDB”, já dizem os analistas políticos. Ou seja, nada do que foi feito pelo PT foi feito sem o aval do PMDB. Seus senadores, deputados e governadores são co-responsáveis por tudo que aconteceu com o Brasil nos últimos 13 anos, de bom ou e de ruim.
Agora com o impeachment em curso e o PMDB assumindo mais uma vez a Presidência da República de forma indireta, surge os baluartes defensores da democracia, do liberalismo e da governabilidade com o grande e famigerado discurso: “deixa o homem trabalhar”. Chegando ao ponto de até tentarem beatificar o partido co-responsável pela crise, não contábil como disse Arnaldo Jabor, mas sim cultural que o Brasil passa.
Jornalistas, Kins, liberais, políticos… todos defendendo o homem que ajudou a criar a cleptocracia petista com o discurso que ele tem um novo plano de governo, uma nova forma de tirar o país do buraco que ele mesmo cavou. Até entendo a insistência dos idiotas úteis do Foro de São Paulo e do Diálogo Interamericano, de fato se nos esforçarmos bem conseguiremos enxergar um fundo de razão nessa gente. Contudo o que me impede de ter o mínimo de compreensão é ver pessoas como Reinaldo Azevedo defender o PMDB como se fosse o próprio PSDB o qual ele sempre morreu de amores.
Em artigo publicado hoje (10/06) o tucanalista não poupou palavras contra o procurador da república da força tarefa da Lava-Jato, o Deltan Dallagnol, pelo simples fato dele ter dado nomes aos bois. Ou seja, ter dito que o PMDB, na pessoa daqueles que foram gravados pelo ex-presidente da Transpetro, está sim tentando interferir na Lava-Jato. Ou seja disse o óbvio.
Mas o tucanalista para tentar reforçar seu argumento contra aquele que ele considera o procurador estrela, o aproxima do discurso do PT, que reforçaria a tese de que o PMDB só apoio o impeachment para barrar as investigações da Lava-Jato, coisa essa que o PT “não estava” conseguindo fazer.
O ataque do tucanalista vise blindar o Michel Temer, que nada mais vez do que viabilizar os 13 anos de governo petista, hora como presidente da camara, hora como vice-presidente da republica e agora como presidente interino da republica. É como afirmar que o Plano Real foi obra de Itamar Franco e não de FHC.
O tucanalista insiste na tese que o PMDB não tem qualquer interesse ou forma de tentar barrar a Lava-Jato, que os caciques do partido envolvidos até o pescoço com os esquemas bilionários do petrolão não querem, nem tentaram, nem tentarão barrar a Lava-Jato. Se uma coisa a Operação Lava-Jato me ensinou foi que não há limites para a corrupção do brasileiro, principalmente daqueles comprometidos com o bolivarianismo e com a Internacional Socialista, que é o próprio caso do tucanalista Reinaldo Azevedo.
Defender o PMDB sob a justificativa de não oferecer teses ao PT, é o mesmo que defender a corrupção para não livrar corruptos.
Criticar um membro da Lava-Jato é criticar a própria Operação. Dizer que ele erra sem ele ter errado é oferecer teses para sua substituição e consequentemente prejudicar a mais importante operação investigativa do hemisfério sul. Afirmar que o que ele diz sustenta a tese petista é afirmar que a Operação Lava-Jato é parcial, logo ilícita. Logo todas as teses e cartilhas petistas que afirmam que o juiz Sérgio Moro faz parte de um golpe imperialista yanker podem não estar erradas. No fim tudo acabaria beneficiando as teses petistas.
Tucanalistas e sociolivres fazem um desfavor à democracia brasileira e ao bom andamento do Poder Judiciário.
Publicado originalmente em: http://jaufransiqueira.com/reinaldo-azevedo-esta-tentando-acabar-com-operacao-lava-jato-fingindo-que-defende/